em menos de nada...

a contagem decrescente já começou, de facto, há algum tempo... e parece ainda tão irreal. Digo sempre que só me realizarei desta nova etapa da minha vida quando os meus pés estiverem bem firmes em solo holandês...porque até lá, emerge a sensação de incredulidade e de irrealidade que envolve toda esta aventura. Porque, na verdade, é mesmo duma aventura que se trata... Uma aventura pessoal, académica [quiçá profissional], emocional, psicológica, cultural... Como diz a canção "este é o primeiro dia do resto da tua vida" [s. godinho], eu entendo que há muitos primeiros dias do resto das nossas vidas... e todos eles marcantes...todos eles com a dimensão duma realidade só por nós vivida, só por nós entendida... todos eles são, na verdade - sempre! - o primeiro dia do resto da nossa vida.

Um dia perdi a primeira oportunidade de subscrever esta etapa... esse dia diluiu-se no tempo e na vontade, e, surgido outro dia, decidi que nada me faria perder esta oportunidade. Último ano do curso de arquitectura. Erasmus. Holanda. Dúvidas. Não! Certezas, algumas dúvidas. Mas sempre com certezas. E mais! Vontade e confiança e energia e fé [seja lá o que isto queira dizer]! Mesmo que existam os dias de vontades e confianças dúbias e inseguras. Mas são poucos. Mas existem. Porque se deixa para trás, ainda que temporariamente, um mundo - o nosso - que construímos, conquistámos, abraçámos... o mundo que amamos e que está repleto de pessoas que nos marcam a cada instante... Sempre! Estas foram, são e, sem dúvidas, serão os grandes pilares da minha vida. Uns mais recentes que outros. Todos eles imprescíndiveis. Porque, singularmente, todos eles acrescentam algo de mágico e insubstituivel á minha vida... Isso vale o mundo! E é bom poder pensar, poder sentir...poder acreditar que eles estarão sempre lá...

Não foi fácil decidir, ou pelo menos, mentalizar-me que todo esse mundo de afectos - MUITOS! - iria ficar suspenso na realidade física das nossas vidas [ainda que, dalguma maneira, assegurado na realidade emocional]. Mas teve que ser assim. vai ter que ser assim. Tenho a noção de que não será fácil esta distância... Ainda por mais quando cada gesto, cada momento, cada olhar de quem me rodeia, tem uma dimensão absolutamente imensurável em mim, nos meus sentimentos e emoções. Vai ser estranho. Tudo vai ser estranho. Um dia destes, em conversa com o Isozaki [imprescíndivel amigo...um dos meus mais coesos pilares] diziamos que, numa determinada etapa da vida, temos que arriscar... Independentemente do alvo a arriscar. Porque o poder do pensamento, o poder de acreditarmos tem uma dimensão [que muitos ainda n deram conta] impressionante! Temos que ir à luta, temos que correr o risco de poder não dar certo [mas por outro lado, e este muito mais importante, poder dar em algo imenso]... Porque só desta maneira podemos atingir o nível seguinte. E este far-nos-á querer ir mais e mais além, n conhecendo limites...Apenas acreditando na nossa vontade, sonhos...Acreditando em nós! Os sonhos são das poucas coisas que são, efectiva e essencialmente, nossa propriedade, são nossos e, como tal, qualquer coisa de muito difícil de alguém nos conseguir tirar... E neste momento, os impossíveis só assim se tornam quando deixamos d acreditar que é possível! Agora, acredito que tudo - TUDO - é possível! Porque esse é um dos grandes trunfos que podemos e escolhemos ter. Eu escolhi!;)

Porque, e como escreveu Pessoa, [sou do tamanho do que vejo e não do tamanho da minha altura]...

Até uma próxima...

[imagem de Álvaro Duarte_olhares.com]